Por Isabella Henriques | Diretora do Instituto Alana
Do mar de lama que sai das barragens que se romperam da mineradora Samarco e avança pelo Estado de Minas Gerais rumo à costa do Espírito Santo restará a marca da tragédia anunciada. Seja pela falta de cuidado com as vidas humanas que estavam no caminho, seja pelo prejuízo ambiental incalculável, com danos irreversíveis e enormes perdas na fauna e na flora. Isso sem falar na devastação de cidades e comunidades inteiras.
Esse desastre acontece às vésperas da realização da 21a Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas – a COP 21 (Conference of Parties) –, que se dará entre os dias 30/11 e 11/12, em Paris. Encontro em que quase 200 países discutirão um novo acordo para diminuir a emissão de gases de efeito estufa, diminuindo o aquecimento global e, com isso, limitando o aumento da temperatura do planeta em 2o até o ano de 2100.
Não é de hoje que a humanidade caminha em meio a essas duas contradições. De um lado, o avanço desmedido das ações de degradação do meio ambiente advindas de práticas exploratórias indevidas, falta de cuidado com acidentes previsíveis e uso excessivo dos recursos naturais. De outro, o engajamento pela proteção e manutenção dos bens ambientais e da qualidade de vida no planeta.