Foto de duas crianças segurando garrafas que estão penduradas em uma praça.

Levantamento realizado na cidade de São Paulo mostra que 59% das crianças ficam insatisfeitas quando não compram ou ganham um produto anunciado

As crianças de 10 a 11 anos são altamente influenciadas pela televisão e internet no que diz respeito ao desejo de comprar um produto, e são as que ficam mais chateadas por não conseguir adquiri-lo. É o que o indica a pesquisa IRBEM (Indicadores de Referência de Bem-Estar no Município) Criança e Adolescente do Grupo de Trabalho (GT) Criança e Adolescente da Rede Nossa São Paulo, com a parceria do Ibope Inteligência, e apoio do Instituto Alana e do Instituto C&A, divulgada nesta quinta-feira (23).

O estudo avaliou, entre os dias 13 e 30 de junho de 2015, a percepção e o grau de satisfação de 805 crianças e adolescentes, de 10 a 17 anos, sobre diversos aspectos da cidade de São Paulo, entre eles o consumo. A maioria dos dados mostra que quanto menor a idade do entrevistado maior é o seu grau de satisfação com a cidade e conforme a idade aumenta tornam-se mais críticos. “A pesquisa confirma que a criança tem o senso crítico menos desenvolvido e é por isso que a legislação vigente a protege com maior vigor. Até os 12 anos as crianças são consideradas hipervulneráveis nas relações de consumo e, especialmente, perante a publicidade, justamente por estarem em uma peculiar fase de desenvolvimento”, explica Isabella Henriques, diretora do Instituto Alana e coordenadora do projeto Prioridade Absoluta.

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Entre as crianças de 10 e 11 anos, 68% responderam que sentem vontade de ter um produto que viu na televisão ou na internet. Outro dado relevante mostra que cerca de 59% das crianças afirmam que ficam chateadas quando não compram ou ganham um item anunciado. Nas outras faixas etárias esse valor cai, 55% entre 12 e 14 anos, e 48% de 15 a 17 anos. Dos 37% dos entrevistados que declaram que ficam no computador ou na internet quando não estão na escola, afirmam que sempre ou quase sempre sentem vontade comprar algo que veem na TV ou na Internet.

O estudo levantou também as principais formas de acesso das crianças à internet. Os telefones celulares representam o acesso de 50% das crianças de 10 a 11 anos, que também indicaram outras formas de conexão: 44% computador de casa, 13% tablets, 8% computadores da escola e apenas 1% em lan house.

A pesquisa pretende auxiliar na elaboração de políticas públicas voltadas para as crianças e adolescentes, ao abordar desde temas do cotidiano, como escola e amigos, cultura, saúde, segurança e proteção, e a avaliação de órgãos municipais como Prefeitura e Câmara Municipal.

Os principais dados da pesquisa estão disponíveis aqui.

Foto: Laura Leal