A população mundial está cada vez mais vulnerável aos efeitos das mudanças climáticas. Até 2050, estima-se que mais de 250 mil pessoas morram em decorrência de eventos climáticos extremos e que pelo menos 100 milhões fiquem à beira da pobreza até 2030, de acordo com o estudo britânico ‘The Imperative for Climate Action to Protect Health’. O ano de 2017, por exemplo, foi o campeão em perdas relacionadas ao clima: eventos extremos causaram 11,5 mil mortes, segundo o Índice Global de Risco Climático, elaborado pela organização Germanwatch.
Tais mudanças também representam uma ameaça sem precedentes à saúde, especialmente para crianças, que constituem 26% da população mundial. Eventos climáticos extremos como secas, enchentes e ondas de calor tendem a aumentar em frequência e intensidade e, por sua especial condição de vulnerabilidade e desenvolvimento, crianças são mais suscetíveis a qualquer impacto vindo do ambiente, tendo seu desenvolvimento prejudicado ou mesmo interrompido. Em 2015, 5,9 milhões de crianças morreram antes dos cinco anos e 26% dessas mortes poderiam ter sido evitadas com atenção a riscos ambientais.