Os impactos das mudanças do clima já alcançam os brasileiros, estejam eles na cidade ou no campo, no norte ou no sul do país, e suas consequências são profundamente sentidas. Algumas dessas histórias estão no documentário “O Amanhã é hoje – o drama de brasileiros impactados pelas mudanças climáticas”, lançado nesta quinta-feira (6/12) no Espaço Brasil da COP 24, a Conferência do Clima da ONU, que está sendo realizada em Katowice, na Polônia.
A iniciativa, de sete organizações da sociedade civil – Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Artigo 19, Conectas Direitos Humanos, Engajamundo, Greenpeace, Instituto Alana e Instituto Socioambiental (ISA) -, conta como 6 pessoas em 5 estados brasileiros tiveram suas vidas modificadas por conta das alterações do clima. O filme mostra também que a preservação da floresta amazônica é fundamental para o futuro de todos não só para quem vive lá. Sua proteção e a redução das emissões significa proteger todos os brasileiros hoje e amanhã.
O documentário na íntegra está disponível aqui.
As mudanças climáticas já afetam as crianças
Os prejuízos das mudanças climáticas são sentidos por todos e são as crianças que absorvem a maior parte da mortalidade decorrente de eventos climáticos extremos, com impacto mais destrutivo nas áreas mais pobres e vulneráveis [1]. Em 2015, 5,9 milhões morreram antes dos cinco anos no mundo, 26% dessas mortes poderiam ter sido evitadas com atenção a riscos ambientais, segundo a Organização Mundial da Saúde.
As queimadas [2] na Amazônia, por exemplo, provocadas pelas mudanças climáticas ou com finalidade de desmatamento, provocam entre outros problemas, o aumento na poluição do ar especialmente danosa para crianças. Pesquisa recente [3] constatou que a exposição à poluição dos incêndios nos últimos meses de gestação leva a nascimentos prematuros e aumento na perda fetal.
O desmatamento prejudica também o bem-estar e ameaça os direitos das crianças, pois reduz a disponibilidade e a qualidade de recursos hídricos, prejudica a produtividade agrícola e dificulta o acesso a alimentos, além de contribuir para o aumento das temperaturas no planeta e na proliferação de doenças contagiosas [4].
As crianças representam 30% da população mundial – o maior grupo populacional afetado pelas mudanças climáticas, e também um dos mais vulneráveis. Por isso, proteger o meio ambiente é garantir os direitos das crianças hoje e amanhã.
[1] Terra dos Homens. Protecting Environmental Child Rights. Disponível em: http://www.terredeshommes.org/wp-content/uploads/2013/01/tdh_Environmental-Child-Rights_2012-11-final.pdf. Acesso em 12 de agosto de 2018.[2] Instituto Humanitas Unisinos. Amazônia extrema: como secas, queimadas e desmatamento afetam a vida dos ribeirinhos do Tapajós. Disponível em:http://www.ihu.unisinos.br/185-noticias/noticias-2016/552127-amazonia-extrema-como-secas-queimadas-e-desmatamento-afetam-a-vida-dos-ribeirinhos-do-tapajos. Acessado em: 24 de setembro de 2018.[3] Scientific American Brasil. Queimada de colheita de cana afeta saúde infantil. Disponível em:http://www2.uol.com.br/sciam/noticias/queimada_de_colheita_de_cana_afeta_saude_infantil.html. Acesso em 22 de agosto de 2018.[4] Terra dos Homens. Protecting Environmental Child Rights. Disponível em: http://www.terredeshommes.org/wp-content/uploads/2013/01/tdh_Environmental-Child-Rights_2012-11-final.pdf. Acesso em 12 de agosto de 2018. UNICEF Of ce of Research (2014). The Challenges of Climate Change: Children on the front line, Innocenti Insight, Florence: UNICEF Of ce of Research.