Foto de uma praia totalmente vazia.

Empresa responsável pela barragem que caiu em Minas Gerais diz que está prestando assistência as vítimas. O Prioridade Absoluta quer saber se na prática isso ocorre.

Após o rompimento da barragem que resultou na tragédia ambiental e social que afeta Mariana (MG) e outras cidades do Sudeste, o projeto do Instituto Alana, Prioridade Absoluta, enviou uma carta aos governadores de Minas Gerais e Espírito Santo e às empresas Samarco Mineração S/AVale S/A e BHP Billiton Limitada, proprietárias da barragem de Fundão, exigindo a garantia da prioridade absoluta à criança ao abastecimento de água potável e aos serviços essenciais para o desenvolvimento infantil como educação, moradia e saúde, como estabelece o artigo 227 da Constituição Federal.

A Samarco Mineração S/A respondeu à carta alegando que a empresa está cuidando da distribuição da água; do atendimento psicossocial para as crianças, da reconstrução de escolas e da recuperação do meio ambiente. No entanto, silenciaram sobre a qualidade da água ofertada, bem como a sua distribuição para creches, berçários, maternidades, hospitais infantis, postos de saúde e todos os serviços de acolhimento e atendimento etc.

Na resposta, a empresa enumera também inúmeros acordos com órgãos públicos, além da destinação de 1 bilhão de reais para custear medidas preventivas, emergenciais e reparadoras nas áreas afetadas. O Prioridade Absoluta está apurando as informações enviadas pela empresa para saber se as medidas necessárias para garantir a prioridade absoluta das crianças estão de fato sendo tomadas.

O rompimento da barragem, em novembro de 2015, provocou a morte de 17 pessoas e duas continuam desaparecidas. A disseminação de lama com resíduos de minério por meio do curso dos rios Carmo, Doce e Gualuxo do Norte comprometeu o acesso à agua com qualidade e em quantidade pelos indivíduos das regiões afetadas.  Em relação às crianças, além de terem seu direito à água negado, enfrentam serviços básicos interrompidos ou precarizados. A tragédia também impede o direito das crianças à natureza, sem falar no impacto psicológico daquelas que presenciam e ainda vivenciam essa catástrofe.

O jornal Estado de Minas acompanhou a volta às aulas nos povoados atingidos pela lama. Segundo a publicação, a mineradora Samarco não terminou as reformas estruturais das escolas nos arredores de Mariana e atrasou a entrega de equipamentos como carteiras e computadores. Em Paracatu de Baixo, uma turma de 67 alunos foi remanejada para outro espaço sem equipamentos básicos de ensino, como biblioteca e sala de vídeo. O atraso na entrega de um fogão fez com que as a merenda, que equivale ao almoço dos alunos, fosse substituída por biscoitos e sucos.

Leia os documentos na íntegra:

 

Foto: Fred Loureiro/Secom-ES